domingo, 14 de julho de 2013

Austeridade Fundador do Euro pede o seu fim

                      



Fundador do euro pede fim da moeda única para deixar o Sul recuperar

Ex-ministro das Finanças alemão critica política salarial de Merkel, acusando-a de ser uma das responsáveis da crise na Europa.

Oskar Lafontaine, um dos fundadores do euro quando era ministro das Finanças da Alemanha, pediu o fim do euro para deixar os países do Sul recuperarem. E sublinha que "os alemães ainda não perceberam que o sul da Europa, incluindo a França, será forçado pela sua miséria actual a lutar, mais cedo ou mais tarde, contra a hegemonia alemã“.

Numa comunicação colocada no site do Partido de Esquerda do Parlamento alemão, na semana passada, Lafontaine não deixa de apontar o dedo à Alemanha por ter baixado os seus salários para proteger as suas empresas exportadoras. Uma crítica que vários subscrevem, a ponto de a Bélgica ter feito queixa junto da Comissão Europeia acusando Berlim de “dumping social”, numa alusão à venda de bens abaixo do custo de produção que é proibida na UE.

Na Alemanha não existe uma política de salário mínimo e é possível aos trabalhadores com salários mais baixos não pagar impostos nem contribuir para a segurança social ou outro sistema de pensões. Ou seja, há várias empresas que pagam aos seus funcionários três a quatro euros por hora.

“Merkel vai despertar do seu sono hipócrita quando, a sofrer por causa da política salarial alemã, os países europeus unirem forças para fazer um ponto de viragem na crise penalizando inevitavelmente as exportações alemãs”, avisa Lafontaine.

Por estas razões, o espírito do euro foi minado e não tem condições para prosseguir, diz o ex-ministro, porque não foi possível nos países do euro ter uma política de salários coordenada em função da produtividade.

Por isso, deve ser retomado um sistema como aquele que foi precursor da união monetária, o Sistema Monetário Europeu, que permite fazer “desvalorizações e valorizações controladas” das moedas nacionais, defende, o que exigira um controlo muito apertado sobre os fluxos de capitais. Os países em situação mais débil cujas moedas seriam necessariamente desvalorizadas teriam, num período de transição, de ser ajudados pelo Banco Central Europeu, por exemplo, para evitar o colapso.

Uma condição essencial para o funcionamento de um sistema monetário europeu seria a reforma do sector financeiro assim como a sua regulação. "O casino tem de ser encerrado", escreve.  Esta transição teria de ser gradual começando, por exemplo, pela Grécia e Chipre.


As políticas de austeridade estão a levar ao desastre, considera, juntado a sua voz às várias que se têm levantado na Europa contra este "aperto de cintos" e que ele próprio cita, como Barroso e Enrico Letta, em Itália. Durante o fim-de-semana, o ministro das Finanças francês Pierre Moscovici proclamou o fim da austeridade e um triunfo da política francesa.

"A austeridade está concluída. Esta é uma viragem decisiva na história do projecto europeu desde o euro", disse Moscovici à TV francesa. "Estamos a ver o fim do dogma austeridade. É uma vitória do ponto de vista francês." Descartando a hipótese de cortes adicionais, Paris vai, no entanto, manter as políticas de corte de despesa pública.
 Por: PúblicoANA FERNANDES 06/05/2013

Outros relacionados:
Alemanha Condições e Perdão da Dívida         Incrível Invasão da Ucrânia pela Alemanha





O sonho impossível da Europa

by As Minhas Leituras
Há um pouco de uma calmaria nas notícias da Europa, mas a situação que se segue é tão terrível como antes. A Grécia está enfrentando uma queda pior do que a Grande Depressão, e nada do que está acontecendo agora oferece esperança de recuperação. A Espanha tem sido aclamada como uma história de sucesso, porque […]

Sem comentários:

Enviar um comentário